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sexta-feira, 17 de maio de 2013

A bíblia e a civilização (moderna)


     Se formos levar a sério o Deus da Bíblia, devemos admitir que Ele nunca nos dá a liberdade para seguiros mandamentos dos quais gostamos e negligenciar os demais. Ele tampouco nos diz que podemos relaxar nas penalidades que Ele impôs por desrespeitá-los. (mas é exatamente isso que os crentes moderno/liberais fazem quando desprezam as partes "ruins" da bíblia e se apegam somente às partes "boas")

     A ideia de que a Bíblia é o guia perfeito para a moralidade é simplesmente espantosa em vista do conteúdo do livro. Não há dúvida de que o conselho de Deus para os pais é direto e claro: sempre que os filhos saem da linha,devemos bater neles com uma vara ( Provérbios 13,24; 20,30; e 23,13-14). Se eles tiverem a pouca- vergonha de nos responder com insolência, devemos matá-los (Êxodo 21,15, Levítico 20, 9, Deuteronômio21,18-21, Marcos 7, 9-13, Mateus 15, 4-7) Também devemos apedrejar pessoas até a morte por heresia, adultério, homossexualismo, por trabalhar no sábado, adorar imagens, praticar feitiçaria e mais uma ampla variedade de crimes imaginários. 

Muitos cristãos acreditam que Jesus acabou com toda essa barbárie, e pregou uma doutrina de puro amor e tolerância. Mas não foi assim. Em vários pontos do Novo Testamento se pode ler que Jesus confirmou integralmente a lei do Velho Testamento.

Porque em verdade vos digo até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois,que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Mateus 5, 18-20 

     Os apóstolos repetiram várias vezes esse tema (por exemplo, veja 2 Timóteo 3, 16-17). É verdade, claro,que Jesus disse coisas profundas sobre o amor, a caridade e o perdão. A Regra de Ouro é realmente um preceito moral maravilhoso. Mas numerosos mestres já deram essa mesma orientação séculos antes de Jesus (Zoroastro, Buda, Confucio,Epicteto...), incontáveis escrituras discutem a importância do amor que transcende o próprio eu de maneira mais articulada do que a Bíblia, sem serem maculadas pelas obscenas celebrações de violência que encontramos em abundância tanto no Velho como no Novo Testamento. 

     Se você acha que o cristianismo é a expressão mais direta e pura de amor e compaixão que o mundo já viu, é porque não conhece bem as outras religiões.
    
      Mahavira, o patriarca jainista, superou a moralidadeda Bíblia como uma única frase: 

     “Não ferir, abusar,oprimir, escravizar, insultar, atormentar, torturar ou matar nenhuma criatura ou ser vivo”. 

     Imagine como o nosso mundo poderia ser diferente se a Bíblia contivesse essa frase como preceito central. Os cristãos abusaram, oprimiram, escravizaram,insultaram, atormentaram, torturaram e mataram pessoas em nome de Deus durante séculos, com base em uma leitura teologicamente defensável da Bíblia.
Como, então, você pode argumentar que a Bíblia oferece a expressão mais clara de moralidade que o mundo já viu?

     Se é verdade que os missionários fazem muitas coisas nobres, com grandes riscos para si mesmos,o fato é que seu dogmatismo dissemina a ignorância e a morte. Em contraste, voluntários de organizações seculares, como a Médicos Sem Fronteiras, não desperdiçam tempo algum falando com as pessoas sobre o nascimento virginal de Jesus. Tampouco dizem à população da África subsaariana - onde quase 4 milhões de pessoas morrem de AIDS a cada ano — que é pecado usar camisinha. Sabe-se de casos em que missionários cristãos pregaram que usar preservativo é pecado, em localidades onde não há nenhuma outra informação acerca do assunto. Esse tipo de crença é genocida. 

     Também podemos nos perguntar, de passagem, o que é mais moral: ajudar as pessoas puramente pela preocuparão com o sofrimento delas, ou ajudá-las porque você acha que o criador do universo vai recompensá-lo por isso?

     Embora você acredite que acabar com a religião é um objetivo impossível, é importante perceber que ele já foi alcançado por boa parte do mundo desenvolvido. Noruega, Islândia, Austrália, Canadá, Suécia, Suíça,Bélgica, Japão, Holanda, Dinamarca e o Reino Unido estão entre as sociedades menos religiosas da Terra. De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (2005), essas sociedades também são as mais saudáveis, segundo os indicadores de expectativa de vida, alfabetização, renda per capita, nível educacional, igualdade entreos sexos, taxa de homicídios e mortalidade infantil. 

     Os EstadosUnidos são o único país, entre as democracias ricas,com alto nível de adesão à religião; e também o que mais sofre com altos índices de homicídio, aborto,gravidez adolescente, doenças sexualmentetransmissíveis e mortalidade infantil. 

     Os países com altos níveis de ateísmo também são os mais caridosos, em termos da porcentagem de sua riqueza que dedicam a programas internos de bem estar social e ajuda aos países pobres.  (www.globalissues.org/TradeRelated/Debt/USAid.asp#ForeignAidNumbersinChartsandGraphs;www.oecd. org)

     Religiosos liberais e moderados em vez de dizer que acreditam em Deus porque determinadas profecias bíblicas se realizaram,ou porque os milagres narrados nos evangelhos são convincentes, costumam falar nas boas consequências de se acreditar, tal como eles acreditam. Esses crentes muitas vezes dizem que acreditam em Deus porque isso “dá sentido às suas vidas”. 
     
     Quando um tsunami matou centenas de milhares de pessoas no dia seguinte ao Natal de 2004, muitos cristãos conservadores viram nessa catástrofe uma prova da ira divina. Aparentemente, Deus estava enviando mais uma mensagem em código sobre os males do aborto, da idolatria e do homossexualismo.

     A teologia da ira tem muito mais imérito intelectual. Se Deus existe e tem um interesse nos assuntos dos seres humanos, sua vontade não é inescrutável. Aqui a única coisa inescrutável é que tantos homens e mulheres, que em outros aspectos são racionais, conseguem negar o horror implacável desses acontecimentos e julgar que esse é o ápice da sabedoria moral.

     Nós decidimos o que é bom no “Bom Livro”. Lemos a Regra de Ouro e achamos que ela desfila, de maneira brilhante, muitos de nossos impulsos éticos. E, em seguida, encontramos mais um dos ensinamentos de Deus sobre a moral: se um homem descobrir, em suanoite de núpcias, que sua noiva não é virgem, ele develevá-la até a soleira da porta do pai dela e apedrejá-laaté a morte (Deuteronômio 22,13-21). 
Se somos civilizados, rejeitaremos isso como o ato mais lunático e mais vil que se possa imaginar. Mas para isso precisamos exercer nossa própria intuição moral. Acreditar que a Bíblia é a palavra de Deus não nos ajuda de maneira alguma.

     Já é hora de reconhecermos que é uma verdadeira desgraça que os sobreviventes de uma catástrofe acreditem que foram poupados por um Deus amoroso, enquanto esse mesmo Deus afogava bebês em seus berços.  Já é hora de reconhecermos o ilimitado narcisismo e auto-engano desses que foram salvos.

     E claro que pessoas de todas as religiões sempre garantem umas às outras que Deus não é responsável pelo sofrimento humano Mas, então, como compreender a afirmação de que Deus é, ao mesmo tempo, onisciente e onipotente? Esse é o problema antiquíssimo da teodiceia, é claro, e devemos considerá-lo solucionado. Se Deus existe, ou Ele não pode fazer nada para impedir as mais terríveis calamidades, ou então Ele não tem interesse nisso. Portanto, ou Deus é impotente, ou então é mau. Você pode agora ser tentado a executar a seguinte pirueta: 

     Deus não pode ser julgado pelos critérios humanos de moral. Mas já vimos que os critérios humanos de moral são exatamente aqueles que você utiliza para afirmar a bondade de Deus. E qualquer Deus que se preocupe com coisas tão triviais como o casamento gay, ou o nome pelo qual Ele deve ser chamado nas orações, não é tão inescrutável assim.

Do livro: "Carta a uma nação Cristã" - Sam Harris

18 comentários:

  1. Ora, concordo com tudo, porém, convém lembrar de uma coisa: nem tudo que está no Novo Testamento pode ser atribuído a Jesus. Nunca ouviu falar em Côncílios - a igreja católica fez vários mudando trechos consideráveis. Mudou alguma coisa,transformando a Bíblia numa "coisa" - porém, muita coisa de boa ficou no Novo testamento.

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  2. O fato é o seguinte Leônidas : Não se pode ler a bíblia partindo do pressuposto de que lá há algo divino, seja inspirado por jesus ou pelo papai noel.

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  3. É como o próprio autor diz, existem algumas (poucas) passagens boas na bíblia, mas várias outras pessoas disseram a mesma coisa antes de Jesus e sem as atrocidades de TODO o resto da bíblia... então se é pra escolher um livro como inspiração de vida, que seja outro!

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  4. OI, garota-que-levou-um-fora-e-virou-escritora, tudo bem?

    Eu cai aqui de paraquedas no texto onde você analisa o livo do Collins, e como eu estou com esse livro na fila para ler, resolvi ler sua crítica, e devo dizer que gostei muito do jeito bem articulado e fluído que você escreve (dãããã você é escritora,né???)

    desse texto sobre o Collins (um cara em minha opinião, formidável) destaquei o seu comentário de que se existe um deus, ele tem que existir a partir do modo do universo existir, que é evoluindo. Esse é exatamente o ponto de partida da teologia relacional, de que deus não é onipotente, e igualmente a nós, humanos, está em plena evolução.

    Evidentemente, isso é considerado heresia pura pela ortodoxia. Ainda sobre o livro do Collins, creio que seus argumentos que refutam as partes onde ele procura vincular fé-ciência estão muito bem articulados, mas não deixa de ser admirável que a parte cientista do Collins se sobreponha à parte cristão, ao negar dogmas centrais do cristianismo.

    Sobre este post, você também tece bons argumentos contra a moralidade bíblica e o seu deus; eu, como alguém que tem uma carga cultural cristã muito forte (fui cristão ortodoxo por uns 20 anos), reconheço prontamente que a leitura ortodoxa cristã da Bíblia está ultrapassada; tenho dito isso em vários grupos e blogues que participo, de que o cristianismo está falindo e precisa urgentemente se reciclar, se reinventar.

    Mas do que eu gostei mesmo nos textos que li aqui foi a crítica inteligente e não simplesmente o deboche inconsequente de ateus militantes que infestam as redes sociais e blogues, assim também como a apologia militante evangélica que faz o mesmo.

    Eu sou um admirador da fenomenologia religiosa humana, pois a religião, em minha opinião, é o produto cultural mais interessante que nós criamos. Não amenizo nenhuma crítica sincera que se faz aos desmandos das religiões (principalmente as monoteístas que se julgam as únicas certas e verdadeiras); mas a essência da religiosidade me seduz.

    Veja a Bíblia, o livro mais lido no mundo. Se ela for lida da perspectiva humana, literária e até mesmo como fenômeno religioso, ela é deveras interessante. Lado a lado convivem nela leis, processos, ritos e teologias de vários épocas da história javista, muitas vezes uma contradizendo a outra; e são essas contradições que mais eu admiro na Bíblia: ela mesma não tem a pretensão de ser "politicamente correta" como querem os cristãos ortodoxos, e claramente, em suas páginas, vemos moralidades que se mesclam pela sua feitura histórica humana.

    Bem, garota-que-levou-um-fora-e-virou-escritora, se eu continuar escrevendo isso vai longe, por isso, paro por aqui. Vou seguir teu blog e quero te indicar os dois melhores blogues da blogosfera: um é o meu (www.veredasdopensamento.blogspot.com) e outro é um blog coletivo no qual também participo (www.cpfg.blogspot.com) - não, não sou pretensioso, sou apenas, verdadeiro....rsssssss

    Aliás, gostaria muito de tê-la conosco publicando no blog coletivo (CPFG - confraria dos pensadores fora da gaiola), outro nome nada pretensioso, apenas, verdadeiro...rsssssss

    Desculpe as brincadeiras, Vanessa, e até outra hora.

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  5. ah, esqueci de perguntar: você conhece os livros do físico quântico Amit Goswani? Creio que ele tem um modo bem interessante de conciliar espiritualidade e ciência.

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  6. Eduardo, obrigada pela visita e pelo coment!

    Preciso discordar de vc quando fala da teologia relacional... confesso que li pouco sobre isso, mas o que li não gostei. São tentativas de racionalizar os acontecimentos conflitantes com a crença religiosa, mas sem deixar de lado a crença na bíblia... pra mim, a premissa já está errada, pois a bíblia é um livro como qualquer outro, longe de ser divino e em muitos casos pernicioso... por isso, as pessoas que tem um pouco de tranquilidade emocional para refletir sobre a sua "validade" merecem o mérito por "pensar fora da gaiola" (em homenagem ao seu site rs), MAS, no caso da teologia relacional, permanecem presas por algum fio psicológico de crendice que acaba comprometendo seu raciocínio, pois ao invés de largar a bíblia de vez, elas tentam JUSTIFICÁ-LA...

    São ginásticas mentais totalmente desnecessárias, se as pessoas simplesmente admitissem que nada daquilo tem sentido...
    E com isso não quero dizer que não existe um deus... na forma como o descrevo especificamente naquele post do Collins, mas que o deus da bíblia não existe!

    Visitarei seu blog e o outro site com certeza!!!! E se eu achar que tenho algo a contribuir, certamente te aviso!!!

    Obrigada!!! bjão!!!

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  7. é, você não deixa de ter razão quando diz que a teologia relacional "São tentativas de racionalizar os acontecimentos conflitantes com a crença religiosa".

    Mas a fé, por ser algo emocional antes de intelectual(salvo melhor juízo), de fato não requer, a princípio, a chancela da razão ou do científico. Ninguém busca explicação científica ou racional quando se está apaixonado ou amando...rs

    Mas também discordo das tentativas que muitos fazem de tentar adequar uma leitura simplista e literalista da Bíblia com racionalidade ou ciência. Não dá certo. Ao meu ver, pessoas inteligentes (e no meio cristão há muitas delas) deveriam, sem abrir mão da fé(já que lhe é importante emocionalmente), procurar sem paixões dogmáticas, identificar na Bíblia o que é mito, lenda, sagas de heróis, ritos antigos, moralidade, etc. Creio que assim, existencialmente, a fé cristã ficaria mais "leve" e coerente.

    Mas essa é apenas minha opinião, herética, para muitos cristãos, sem dúvida. E também sou da opinião que o deus da Bíblia não passa de um construto humano e histórico do povo hebreu e depois, do cristianismo.

    mas essa contatação para mim, também não significa que nada existe além da matéria e do materialismo.

    valeu, espero sua visita e tomara que você entre para o círculo dos desengaiolados...rsss

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  8. Passei pelo seu blog, e estive a ler a sua postagem. Bem minha o que encontrei foi a traduzir com a mente humana, mas a Palavra de Deus só é entendida pelo Espirito de Deus.É verdade que no velho testamento quando a Lei era seguida isso era muito rigido,e o homem não conseguia cumprir a lei, então veio Jesus em forma humana, para cumprir a lei pelo homem,afim de afastar a lei do homem e mostrar um novo caminho, o da graça.Jesus manda amar o próximo como a nós mesmos, quanto ao pecado este continua a ser aborrecido por Deus,foi por essa causa que Jesus morreu,abriu uma porta para todo o que crer ser salvo.Quanto ao castigo de Deus, bem isso muita boa gente está errando, Deus, agora não castiga ninguém,a pessoa escolhe o caminho, a pessoa é livre para obedecer ou não,tudo o que a pessoa semear vai colher o fruto.Quanto a Deus permitir as calamidades,bem poderiamos falar muito sobre isso,postei uma mensagem num blog que tenho no wordPress.http://antoniojbatalha.wordpress.com/ deia-se ao trabalho vá até lá e então pode compreender.Quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, é tão pecado como aquele que vive na mentira, nas injurias, na ladroice,no adultério,ectr,ectr. Sei que muita gente usa a Bíblia para seu belo prazer e interpreta à sua maneira,no entanto a verdadeira razão da Bíblia é mostrar ao homem o caminho que o homem não conseguia caminhar, e o novo e vivo caminho da graça e da verdade.Minha amiga quero acabar com um conselho de amigo, a Palavra de Deus não é para brincar muitos tentaram destrui-la e não conseguiram, eles é que se destruiram,Ela é e será Sempre a Palavra de Deus, e por ela os povos serão julgados.Desejo-lhe muita paz e amor.
    abraço.
    António.

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    1. Antônio, agradeço pela visita ao blog! Infelizmente, acho que não temos muito como debater esse assunto, pois pelo que posso ver, você não está aberto a questionar aquilo em que acredita (esse é o primeiro passo)... Quanto ao texto da tal Anne Graham que você cita no seu blog, eu já conhecia e me permito lhe escrever uma crítica construtiva:

      A entrevistada diz, absurdamente, que a culpa pelas tragédias humanas é porque não oramos ou lemos a bíblia nas escolas (ato este absolutamente consonante com o Estado laico, que defende todas as crenças (ou falta delas) e, por isso, não pode enfiar determinada crença na cabeça de crianças que têm o direito de escolher crer ou NÃO CRER, inclusive de acordo com as crenças ou descrenças dos próprios pais). Além disso, a bíblia não ensina só amar ao próximo e não roubar... ela ensina também a discriminar homossexuais, guerrear contra quem tem fé diferente da sua, etc, etc... O absurdo continua quando ela diz que “alguém decidiu que deveríamos dar camisinhas para que os filhos se divertissem”... as camisinhas foram o melhor jeito inventado para prevenir a transmissão de doenças sexuais e não aumentou a quantidade de pessoas fazendo sexo por causa dela (como se fazer sexo fosse um crime), apenas diminuiu a quantidade de doenças transmitidas. Ela continua, esbravejando contra a Playboy, como se o fato de disponibilizarem fotos CONSENTIDAS para MAIORES DE IDADE fosse a causa de todos os males da sociedade. O absurdo tem o seu auge quando ela INFAMEMENTE diz que aceitamos fotos de crianças peladas na internet por ser “parte da democracia e representar liberdade de expressão”... essa pessoa só pode estar louca ou nunca leu uma lei na vida! A sociedade combate veementemente esse tipo de exposição, inclusive com prisões efetuadas todos os dias por policiais federais e noticiadas em todos os jornais, pois explorar a nudez DE MENORES é crime! Talvez ela não saiba disso porque sua religião também não permite que veja o noticiário. Então ela chega à “brilhante” conclusão de que as crianças não sabem distinguir entre o bem e o mal por causa da suposta falta de deus. Suponho que essa criatura seja daquelas que acha que os ateus são pessoas más por não acreditarem em deus. Acontece que se fizermos uma estatística, 90% dos presos ou mais são religiosos. O fato é que moral não tem nada a ver com religião ou fé em deus. Mas, isso fica pra um próximo capítulo.

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  9. Pra você criticar a biblia, você precisar ter uma comunhao profunda com Deus. Você citar coisas sem fundamentos nenhum,ler a biblia só por ler eh uma coisa ler, ler pra meditar eh outra...entao nao me leve a mal nao.levou um fora ,ficou maluca e agora fala mal da biblia...

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    1. Oi Monteiro! Obrigada por comentar! É sempre uma satisfação ver pessoas defendendo seu ponto de vista, especialmente com tantos argumentos... Você quase me convenceu! Quer tentar mais um pouquinho? Ou sua cota de xingamentos já acabou? rs

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  10. Olá Vanesssa, como vai?
    Antes de tudo, sou tentando a dizer que o cara que te deu o fora é completamente irracional! rsrs

    Mas brincadeiras à parte, permita-me fazer-lhe uma pergunta: O que é ser civilizado?

    Até...

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    1. Olá Raphael! Obrigada pela parte que me toca! rs Isso foi há muito tempo...

      O que entendo por "ser civilizado" é participar da sociedade. A idéia de "civil" só surge a partir da idéia de sociedade. E sociedade só surge com a edição de regras comuns... e infelizmente, a regra comum em grande parte do mundo socialmente organizado é a bíblia, o corão e outros tipos de códigos religiosos... a civilização à qual me referi nesse texto em particular (que, reforçando, é uma reprodução do livro de Sam Harris) é a parte da sociedade que leva a bíblia a sério.

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    2. Bom minha duvida foi motivada pela parte do texto a seguir:

      "E, em seguida, encontramos mais um dos ensinamentos de Deus sobre a moral: se um homem descobrir, em sua noite de núpcias, que sua noiva não é virgem, ele develevá-la até a soleira da porta do pai dela e apedrejá-la até a morte (Deuteronômio 22,13-21).
      Se somos civilizados, rejeitaremos isso como o ato mais lunático e mais vil que se possa imaginar. Mas para isso precisamos exercer nossa própria intuição moral."

      Concordo! Mas será que esse meu conceito de civilizado não foi construído pela própria sociedade cristã-ocidental? Será que essa minha intuição moral não é uma construção social feita com base em um ambiente que é permeado pelos princípios que supostamente são os princípios do cristianismo? Se não, essa intuição moral seria inata ao ser humano? Se não, o que norteia ou constrói essa intuição moral? Ou que princípios devem nos nortear uma vez que a religião é desnecessária?

      Em outras palavras, se uma sociedade decidisse que todo o seu código de conduta seria baseado somente em princípios racionais e que foram extraídos de evidencias científicas, que princípios seriam esses?E como construí-los ou extraí-los? E como editar um código de conduta a partir deles?

      Viajando um pouco, se um dia o homem descobrir outro planeta habitável, e quiser extrair todos os recursos da Terra, levando-a à "morte" e depois ir para o novo planeta e continuar o mesmo processo feito na Terra, o que o impediria de fazer isso?

      Me perdoe, se essas perguntas já foram respondidas e eu só estou as fazendo porque sou leigo! Eu só estou curioso para entender como pensa o mundo um ateu ou cético(não como você se define)!

      Obs: Não estou tentando a convencer de nada! Nem estou tentando salvar a religião com base no que elas promovam de bem e bom, como o fazem o Teólogos da Morte de Deus(rsrs, acho isso engraçado!).

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    3. Raphael, desculpe pela demora em responder! Uma gripe chata me derrubou esses dias!
      Adorei seus questionamentos! E não encarei como uma tentativa de convencimento ou defesa da religião (e mesmo que assim fosse, tenho prazer em CONVERSAR com pessoas que estejam dispostas a DIALOGAR). Bom, algumas das suas perguntas têm a premissa errada... justamente porque a moral NÃO DERIVA da religião que o texto diz que devemos usar nossa "intuição moral" pra descartar a bíblia de nossas vidas.
      Há inúmeras passagens bíblicas igualmente imorais a esta que o autor cita. Só pra citar outro exemplo, lembro do episódio em que Ló é visitado por anjos que vão avisá-lo que a cidade será destruída, então os seus vizinhos começam a se insinuar para os anjos e, "bravamente" Ló defende os anjos entregando suas filhas para serem estupradas pelos vizinhos, no lugar dos anjos...
      A bíblia não é fonte de moral, muito pelo contrário, o que se vê na maior parte é uma carnificina sem fim e todo tipo de atrocidade cometida em nome de deus (e caso vc fique tentado a usar o argumento de que as pessoas agem errado e depois jogam a culpa em deus, eu lembro que os diálogos no velho testamento eram travados "diretamente" com deus... então, se atrocidades foram ordenadas, foi pelo próprio. rs)
      Existem VÁRIAS pesquisas científicas acerca da origem da moral. Indico o livro "Deus, um delírio" de Richard Dawkins, em especial o capítulo "as raizes da moralidade". Resumindo, chega-se à conclusão de que o "ser bom" é um conceito interpretativo. Defender sua família é considerado bondade, mas os animais (incluso o ser humano) fazem isso para garantir sua autopreservação (ou da espécie)... mais recentemente, estudos mostram que não há diferença entre juízos morais de ateus e religiosos (pra mim, a diferença é que quando um ateu é "bom" o faz genuinamente e quando um religioso pratica a bondade é esperando a recompensa divina)...
      Enfim, uma sociedade com princípios racionais como vc sugeriu é possível aqui na terra (não precisa ser em outro mundo, embora eu concorde que esse já está bastante corrompido pela religião rs)... cito países avançados intelectualmente como Suiça, onde prioriza-se o intelecto às crendices religiosas... esse é meu país de consumo... e obviamente, estou bem longe dele...rs

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    4. Oi Vanessa, obrigado pelas respostas, pela indicação de livro e por perder tempo comigo! Eu queria comentar sobre sua resposta, mas antes...

      Ainda com relação a minha pergunta sobre o outro planeta o que queria saber é: uma vez que o ser humano não depender mais da Terra pra viver, seria errado ele destrui-la? Se sim, por quê? Que regra ele estaria infringindo?

      Trazendo só pro nosso mundo, quando eu vejo um cara chutando um cachorro, eu fico com raiva e com vontade de chutar o cara(rs). O que me dá esse direito de ter raiva do cara? Ele está de fato errado(de um ponto de vista universal)? Ou ele está errado somente do meu ponto de vista?

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  11. Boa tarde!

    Eu vejo a Bíblia como uma prova da nossa evolução ética que ainda não terminou. De fato, nem as Escrituras Hebraicas e nem os Evangelhos, ou ainda as epístolas, nos dão um modelo completo de conduta, exceto em essência.

    Particularmente, considero a Bíblia como um importante livro de consulta e não a dispenso pata trabalhar no melhoramento da humanidade. Percebo também que muitos ensinos de Jesus ainda não foram compreendidos e assimilados por nós, de maneira que suas palavras foram sementes de algo que ainda está se desenvolvendo nos nossos dias.

    Curioso, mas Jesus encorajou seus discípulos a fazerem obras maiores do que as dele. Poucos pregadores, porém, ousam desenvolver essa ideia que incomoda um pouco a visão ortodoxa do cristianismo.

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