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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

ANO NOVO, YOGA DE NOVO!!


Feliz ano novo, galera!  Dessa vez não teve mensagem de fim de ano e de começo de ano já vem atrasada...rs Então, vamos ao que interessa: o primeiro post de 2014!!

Nos últimos dias li pela primeira vez o meu livro querido: “Como Vencer o Transtorno do Pânico” impresso!!! Sim, virando página por página, sentindo aquele cheiro delicioso de papel impresso... ahh, fanáticos por leitura vão me entender!! E sabendo que é meu bebê fica melhor ainda!!! Só sei que me emocionei de novo, ri de novo, chorei de novo, como se fosse a primeira vez que estivesse lendo aquilo ou mesmo se não tivesse sido eu que escrevi!!!  São os deleites de quem ama ler e escrever...rs

Bom, fiquei com vontade de compartilhar aqui no blog um trecho do capítulo sobre YOGA... acreditem, eu quase copiei do livro impresso até que lembrei que tenho tudo em arquivo no computador (kkkkkkk), então aqui vai:

“Eu já disse que as dificuldades são piores, dependendo de como reagimos a elas. Grande parte desse pensamento me foi ensinado nas aulas de yoga.
Yoga serve como um harmonizador entre corpo e mente. Para quem olha de fora, parecem apenas exercícios de alongamento, mas isso é o benefício mais simples que o yoga fornece.
A palavra sânscrita yoga tem diversos significados e deriva da raiz yuj, que significa "controlar", "unir". Algumas das traduções indicam "união", "conjunção". Fora da Índia, a prática de yoga mais conhecida é o Hatha Yoga, através de seus asanas (se pronuncia “ássanas” e são as posturas praticadas na aula) e encarada como uma forma de exercício e relaxamento.
O Yoga enxerga o ser humano como uma consciência dentro de um veículo físico (o corpo). Esse corpo pode sofrer influências negativas e positivas, vindo tanto da mente do próprio indivíduo quanto de fatores externos. Seu objetivo é integrar o corpo e o pensamento (ou essa consciência) de maneira a alcançarmos o samádhi ou a iluminação da consciência.
O Hatha Yoga, linha que pratico, busca através de asanas, pranayamas (formas de respiração), meditação e toda uma ética, a purificação física e psíquica, para que a divindade interior possa brilhar em toda a sua magnitude.
Destaco a importância de encontrar um professor de yoga que tenha a plena consciência de sua capacidade de transmitir os benefícios da prática, não somente através dos asanas, mas da meditação que acompanha as aulas, das conversas, das idéias lançadas aos alunos e de todo o ambiente criado em torno da prática. Posso dizer que tive a sorte de encontrar professores com essa consciência.
Diferente do que muita gente pensa, não é necessário ser budista, esotérico ou acreditar em nada exótico para praticar Yoga e receber seus benefícios, basta apenas praticá-lo regularmente.

Sempre que estou em alguma posição difícil (nesse caso, quero dizer posição física- literalmente contorcida no colchonete em algum asana esquisito), sentindo todos os tendões sendo alongados, com cara de dor e querendo desistir, o professor passa ao meu lado com aquele ar sereno e diz: “A dor é um fato. O sofrimento é opcional. Avalie a sua mente neste momento. O que você quer fazer?”.
Então eu relaxo o semblante, agüento firme e termino o asana tranquilamente, pensando que venci a vontade de desistir.
Durante as aulas, o professor pode lançar idéias que, se soubermos aproveitar, se transformam em verdadeiros conceitos de vida.
Parece uma situação boba e pequena, mas os reflexos desses pensamentos e a autoconfiança que vamos adquirindo servem para qualquer ocasião, de qualquer tamanho e intensidade.
Já ouvi várias pessoas dizendo que yoga é parado demais, chato demais. Quem pensa assim, deveria experimentar uma única aula.

Meu marido costuma se exercitar na academia, levantando peso. Certo dia resolveu participar de uma aula de yoga comigo, porque precisava “relaxar”. Sua atitude, no início, chegava a ser displicente. Pude notar certo descaso em relação à prática à qual me dedico tanto. Ri muito quando, no final da aula, ele reclamou de dor em quase todos os tendões que foram alongados e não conseguia andar direito devido à tonificação de músculos que ele nem sabia que tinha.
Claro que o yoga não deve deixar dores. Por isso o relaxamento induzido, após a prática, evitando que sensações desagradáveis permaneçam. Mas, como era a primeira aula dele, como seu corpo não estava acostumado a se alongar e certamente sua dedicação ao correto posicionamento nos asanas não foi das melhores, ele sentiu os reflexos. Pessoalmente, posso dizer que fiquei feliz com os reflexos, pois confirmaram o que eu sempre dizia: “yoga não é para molengas!!”.

A primeira indicação de tratamento auxiliar para crises de ansiedade é o yoga.
No yoga aprendi a observar meu comportamento, meus pensamentos, sem me identificar com eles. Meu corpo pode estar sentindo dor, mas eu não preciso sofrer por causa disso. Meu corpo pode estar com batimento cardíaco acelerado, mas eu não preciso me desesperar por causa disso. Como o professor sempre diz, é só um corpo. Um corpo que deve ser respeitado e bem tratado, mas no final das contas é só um corpo, cujas reações não devem ser supervalorizadas.
A ansiedade é uma emoção voltada para o futuro. Seu corpo está presente, mas sua mente está voltada para o futuro, esperando que algo de ruim aconteça.
Quando estamos ansiosos, vemos claramente a divisão entre o corpo e a mente, cujo objetivo do yoga é unificar. Parte de nós está presente (o corpo) e parte está se projetando para frente (a mente), em um cenário construído mentalmente cheio de incertezas e toda sorte de perigos.
Toda pessoa que apresenta algum transtorno ansioso vive esta divisão, com forte projeção mental no futuro, mesmo que um futuro próximo, criando na mente cenários que trazem sofrimento intenso e constante, por antecipação: “vou passar mal”, “vou ter aquilo de novo”, “vou morrer”, “vai dar errado”, etc.
Quando conseguimos canalizar nossa atenção unicamente ao momento presente, a ansiedade tende a diminuir drasticamente, ou mesmo se dissipar. Quando a mente retorna para as pré-ocupações com o futuro, a ansiedade reaparece.
Um primeiro modo de se fazer presente é se observar, se perceber, mesmo estando mentalmente preocupado com o futuro.
Feche os olhos e observe seus pensamentos. Dedique alguns minutos a isto.

Esse ensinamento está muito claro no livro de Eckart Tolle, “O Poder do Agora”16.
Eckart ensina que nada existe além do Agora. “Você alguma vez vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do Agora? Acha que conseguirá algum dia? É possível alguma coisa acontecer ou ser, fora do Agora? A resposta é óbvia, não é mesmo? Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no Agora. Nada jamais irá acontecer no futuro, acontecerá no Agora. O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um Agora anterior. Quando lembramos do passado, reativamos um traço da memória e fazemos isso agora. O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente. Quando o futuro acontece, acontece como sendo o Agora”.

Não podemos deixar que a mente nos use e nos faça crer que somos a mente. Somos algo muito acima da mente. Por isso, podemos observá-la, sem nos identificar.
Os pensamentos no estado ansioso geralmente seguem padrões repetitivos, manifestando preocupações – “estou passando mal”, “devo ter uma doença séria”, “aquilo vai acontecer de novo”, “e se der errado” etc. – criando cenários catastróficos, levando você a se sentir cada vez mais ansioso. Estes pensamentos negativos automáticos são responsáveis pela ansiedade presente, por toda a angústia que vivemos.
No yoga aprendemos a desenvolver o “eu que observa”. Em todos os asanas, somos incitados a observar nossos pensamentos e a maneira como encaramos a dor, a falta de equilíbrio (físico, no caso do asana, mas nossa postura certamente se reflete no desequilíbrio emocional e mental). Assumimos uma atitude de espectador e de não identificação com os pensamentos. Simplesmente observando nossos pensamentos, começamos a aprender sobre nós mesmos e sobre nosso funcionamento mental. Percebemos como existem pensamentos automáticos que dominam a mente e levam a um estado ansioso.
Como a pergunta do meu professor: “Qual sua vontade agora?”, infelizmente desistir e fugir são pensamentos automáticos que aparecem à maioria das pessoas. Mas, desistir no momento de uma crise de pânico significa se render aos sintomas horríveis e deixar que eles dominem seu corpo e sua vida. Hoje, para mim, isso não é uma opção aceitável.
No momento da prática, você não precisa se preocupar em frear ou mudar os pensamentos. Tudo que precisa fazer é reconhecer como sua mente funciona e quais os pensamentos automáticos que surgem, causando a ansiedade. A meta, durante a prática, é de reconhecimento e aceitação, não de controle.
Você vai começar a perceber que o perigo não está presente, mas é cultivado através destes pensamentos negativos voltados para o futuro.
Quando você deixa de ser o “eu que pensa” e passa a ser o “eu que observa”, você começa a enfraquecer estes pensamentos automáticos, reconhecendo que eles são apenas pensamentos e não são você.
Um exercício para treinar o “eu observador” que aprendi no yoga é tentar assistir um filme de terror dando risada e um filme de comédia ficando extremamente sério. Assim, ensinamos ao nosso cérebro que, não importa o que está acontecendo ao nosso redor, não precisamos nos identificar com nada, apenas observar e, assim, controlar nossa reação frente a qualquer coisa.” Extraído do livro: “Como Vencer o Transtorno do Pânico” de Vanessa Fagundes, disponível em Como Vencer o Transtorno do Pânico