Às vezes, ”saudade de tudo que não vivi” faz todo sentido.
Diversas vezes na vida, passamos por encruzilhadas e somos
obrigados a escolher um só caminho a seguir. Nunca saberemos o que deixamos
para trás, não vivido, naquela outra direção.
Viver olhando para trás é besteira, a vida é daqui pra
frente. Mas, às vezes, paro pra pensar no que deixei ali... minha vontade de
mudar o mundo... minha certeza de que conseguiria... minha paixão pelo
desconhecido e por tudo que ele oferecia, meu destemor... aquela sensação de um
longo caminho a ser percorrido e de que eu faria diferença durante o
percurso... talvez tenha feito, menos do que pretendia... talvez sequer tenha
sido notada.
Talvez sejamos todos formigas insignificantes, com delírios de
grandeza. Talvez estejamos trancados no armário de “Homens de Preto” e jamais
saberemos disso, enquanto algum Will Smith não abrir a porta por engano.
Talvez eu esteja na menopausa intelectual, encarando a
infertilidade de frente e lamentando o que poderia ter produzido, enquanto
aquela chama ainda estava acesa.
Não lamento as experiências que me trouxeram até onde estou,
mas não posso negar que elas me mudaram de um jeito que eu não esperava...
conquistei muito mais que uma vida medíocre poderia sonhar, mas me sinto mais
medíocre que nunca, por ter abandonado aquela parte de mim... Quem sabe um dia,
eu seja agraciada com uma nova encruzilhada, em que possa escolher de novo e de
novo e de novo... enquanto não for tarde.
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